Todos pensamos nela, independentemente da idade. Ou porque somos depressivos, ou porque alguém próximo morreu, ou apenas porque sim. Às vezes questiono-me se os idosos pensam muito nela. Se a sentem a aproximar-se de fininho. A cada esquina. A cada sesta. A cada passo em falso que dão. Não há mortes mais fáceis do que outras. Há sim mortes mais difíceis de encaixar. Mortes que nos chocam. Mortes que nos apanham desprevenidos. E nem precisam de ser de pessoas próximas. A morte de alguém de forma inesperada, que tenha uma idade próxima da nossa, por exemplo, leva-nos sempre a transportar essa fatalidade para a nossa vida. Todos já passámos por isso. É humano que assim seja. Isto tudo porque no outro dia perguntaram-me quando tinha sido a última vez que tinha pensado nela. Ao pensar na resposta, lembrei-me que o tinha feito na semana anterior. E pensar na morte é bom. É sinal que estamos vivos.
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