A União Zoófila partilhou ontem uma história na sua página oficial no Facebook que está a gerar uma onda de indignação.
A história do cão Lucas Goya começou há dois meses, quando um jovem com cerca de 20 anos o conheceu e quis adotar. “Durante duas semanas, quase diariamente, visita o cão. Passa as tardes com o Lucas ao colo e a dar-lhe beijinhos. O Lucas respondia como sabia aos abraços e aos beijinhos: com afeto”, lê-se na publicação.
Depois meses depois, a organização é informada de que o jovem vai estudar para o estrangeiro e os pais não assumem a responsabilidade pelo Lucas.
“O Lucas voltou hoje à União Zoófila. Mas agora a razão da devolução é outra: o jovem que passou duas semanas a dar abraços e beijinhos ao Lucas diz que, afinal, ele morde. Nunca mordeu na União Zoófila. É possível que o tenha feito depois: pessoas emocionalmente incapacitadas ‘fazem’ animais inseguros”, lê-se na página oficial da União Zoófila.
“Deixámos o Lucas Goya dentro de uma boxe. Ele deitou-se na cama e não se levantou mais. Não provou sequer a comida que lhe servimos. Tremia. Babava-se. Olhava como se tivesse feito algum mal”, acrescenta a organização.
A União Zoófila aproveitou esta história para lançar um apelo em relação às adoções responsáveis.
“Devíamos ter adivinhado quando primeiro conhecemos aquele pai, a querer fazer a vontade ao filho, e aquele filho, tão jovem ainda e já tão mentiroso nos afectos, tão incapaz de empatia, tão preocupado consigo próprio, como se fosse ele e não tu a vítima. Lucas, sentimos tanta culpa, amigo. Tanta. Hoje não dormes tu, a tremer na boxe, nem nós, porque a tua dor nos deixa de vigília”.