Uma vendedora de roupas, de 34 anos, que estava num bar com um amigo, foi arrastada do local à força e depois violada sexualmente num local ermo por pelo menos 10 homens em São Gonçalo, cidade na área metropolitana do Rio de Janeiro, Brasil. Foi a quarta violação coletiva sofrida pela vítima nos últimos quatro anos.
O caso ocorreu na madrugada de dia 17, mas só teve os detalhes revelados agora, depois de a vítima ter sido tirada da cidade pela polícia e integrada ao Programa de Proteção a Testemunhas do governo do Estado. Dois menores que participaram na violação coletiva foram presos e a polícia já tem a identificação de outros cinco adultos. A mulher estava num bar perto de casa, no bairro Lagoínha, quando quatro menores a cercaram, dominaram o amigo dela e a levaram para a casa de banho do estabelecimento. Pouco depois, os quatro arrastaram-na para fora do bar até uma rua escura, na mesma região, onde um grupo de adultos a esperava. Segundo o relato da vítima, assim que chegou ao local ela começou a ser brutalmente agredida com murros e pontapés e a tortura sexual tive início.
De acordo com a inspetora Débora Rodrigues, da esquadra especializada em atendimento a mulheres de São Gonçalo, durante largo tempo pelo menos 10 homens forçaram a vítima a fazer sexo oral e anal enquanto a agrediam. A selvajaria só não se prolongou por mais tempo porque uma viatura da polícia que fazia ronda passou pelo local. Foi aí que os dois menores foram presos, enquanto o resto do grupo fugiu por uma mata próxima. A desfaçatez dos criminosos foi tão grande que a vítima, colocada erroneamente ao lado dos violadores no carro da polícia que os levou à esquadra, continuou a ser apalpada por eles durante o trajeto.
Na esquadra para onde inicialmente foi levada, a mulher passou por outro constrangimento, com o agente que tomou conta da ocorrência a parecer deliciar-se com os detalhes e a usar palavras de baixo calão. Anos de horror A vítima deste novo caso de violação coletiva na região do Rio de Janeiro vive um calvário deste tipo há quatro anos. Moradora na favela Miriambi, em Lagoínha, São Gonçalo, nos últimos quatro anos ela já tinha sofrido outras três violências sexuais semelhantes, e não podia denunciar por ter sido ameaçada de morte pelos traficantes que dominam o bairro. De acordo com Débora Rodrigues, a mulher namorou há anos atrás com um outro morador da favela que, quando a relação terminou, espalhou pelo bairro imagens dos atos sexuais que ambos tinham praticado. A partir daí, os traficantes que controlam a favela pela força das armas usaram-na por outras três vezes para se divertirem em longas sessões de violação coletiva.
Desta feita, como a polícia apareceu e viu a nova tortura, o caso foi finalmente descoberto. Marta Rocha, ex-chefe da polícia do Rio de Janeiro e hoje deputada e presidente da comissão de segurança, interveio no caso e as autoridades finalmente começaram a tratar a vítima como vítima, tirando o caso da esquadra onde ela foi constrangida e entregando-o à inspetora, que providenciou a retirada da vendedora da favela, onde não fosse isso seria morta. Há pouco mais de um ano, numa favela do Rio de Janeiro, uma menina de 17 anos foi vítima de violação sexual por parte de 33 homens, apenas uma ínfima parte dos quais está presa. Ela foi atraída a uma casa abandonada pelo namorado, um promissor jogador de futebol, foi sedada e depois violada por dois dias, num caso que chocou o Brasil e teve repercussão internacional.