Seja bem-vindo a mais uma temporada da NBA. Seria mais ou menos assim que o professor João Coutinho introduziria a liga norte-americana de basquetebol, se ainda estivesse «deste lado» a relatar jogos.
Quase a cumprir 30 anos na televisão portuguesa, a NBA vai entrar na temporada 70 da história liga com a perda de alguns dos melhores intérpretes do jogo. E quando falamos nos melhores, falamos mesmo da elite da elite.
E se por acaso andou distraído desde o final da época passada, saiba disto: Kevin Durant deixou Oklahoma City e foi jogar para Oakland!
Como não lhe podemos dizer tudo, afinal são 30 equipas em contenda, dizemos-lhe o mínimo que deve saber.
Poucos jogadores há acima de Kobe Bryant na história do basquetebol. Pela primeira vez desde 1996 (!), os LA Lakers vão começar uma época sem o Black Mamba. Mais ou menos a mesma coisa vai acontecer em San Antonio, onde os Spurs não vão ter Tim Duncan. É a primeira vez desde 1997.
O antigo base dos californianos e o poste dos texanos são as principais ausências na NBA, que perde duas enormes estrelas e que dividem ao meio dez títulos de campeão.
Comparáveis, claro, com a de Kevin Garnett, apesar de Bryant e Duncan terem ganho mais e terem estado a vida inteira ao serviço de uma só equipa. Entre os reformados, destaque ainda para Amare Stoudamire, Mo Williams e Elton Brand que terminaram as respetivas carreiras.
Antes das estrelas em campo, as que estão fora dele
Houve várias mudanças fora de campo, na NBA. Saúda-se, por exemplo, o regresso de Tom Thibodeau. O antigo treinador dos Chicago Bulls moveu-se um pouco para norte e é agora o Head Coach dos Minnesota Timberwolves.
Os LA Lakers apostaram em Luke Walton, que depois de ser adjunto de Steve Kerr nos Golden State Warriors vai orientar uma equipa que representou durante nove anos, enquanto Mike D’Antony vai levar o seu famoso sistema de ataque para Houston. Em resumo, um terço das equipas mudaram de treinador e começam com uma nova cara no banco.
A coroa de LeBron
LeBron James e os Cleveland Cavaliers são os campeões em título e para que King James não perca a coroa, os Cavs preferiram não fazer grandes alterações na equipa.
Claramente favoritos na Conferência Este, é do outro lado do país que reside a principal ameaça. Desde logo, os Golden State Warriors que chocaram o mercado ao assinarem com Kevin Durant, ex-Oklahoma City Thunders, e a juntar duas gigantescas estrela numa só equipa: ele e Stephen Curry.
A mudança de Durant foi a mais sonante e até chocante do verão, mas não foi a única a causar espanto. Chicago viu um jogador natural da cidade partir (Derrick Rose mudou-se para os NY Knicks), mas foi buscar outro local a Miami: Dwyane Wade deixou os Heat para cumprir o sonho de jogar nos Bulls. A equipa de Illinois foi ainda buscar Rajon Rondo, o líder das assistências em 2015/16.
Com Rose para os NY Knicks foi Joakim Noah, outro ex-Bulls, naquelas que foram as mudanças com mais impacto mediático, às quais se junta ainda a inevitável referência a Pau Gasol: o espanhol vai ser o sucessor de Tim Duncan nos Spurs.
Quem são os novos?
O Draft 2016 trouxe Ben Simmons à NBA, como primeira escolha. Nascido em Melbourne, vai jogar nos 76ers, de Filadélfia, mas o azar bateu-lhe à porta ainda na pré-época lesionou-se gravemente.
Assim, Buddy Hield, Kris Dunn, Joel Embiid, Jamal Murray e Brandon Ingram são nomes que estão bem posicionados para rookie do ano.
Vai uma aposta?
Trinta equipas, 29 dos Estados Unidos e uma do Canadá, entram em competição pelo título. São divididas por seis divisões em número igual e em duas conferências. Mas isso, provavelmente, você já sabia.
No Este, os Cleveland Cavaliers são claramente favoritos e o resto das equipas vai tentar encurtar distâncias para o campeão em título.
Já no Oeste, as coisas são diferentes. Apesar de o favoritismo cair em Golden State, há um maior equilíbrio na conferência, com os Spurs, mesmo sem Duncan, a serem ainda uma equipa a ter em conta. Isso, provavelmente, você também já sabia.
Ora, o que ninguém sabe é quem vai ter sucesso ou não. Obviamente, há sempre prognósticos. Como os que se seguem, em relação à possível classificação das divisões.
Mais difícil será, claro, perceber o que pode acontecer a nível da hierarquia nas Conferências, sobretudo a Oeste. A final mais expectável será uma repetição da anterior, entre Cleveland e Golden State. Mas assim que a bola for ao ar no Cleveland Cavaliers-NY Knicks, o primeiro jogo, tudo pode mudar devido á imprevisibilidade do Desporto. Tão previsível como vir aí mais uma temporada de espectáculo, ainda que algumas estrelas tenham deixado de brilhar.
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