Uma prostituta de luxo nos EUA, com o pseudónimo April Adams, escreveu uma carta cujo destinatário é a mulher de um dos seus clientes. No texto, April dá conselhos às mulheres sobre as suas vidas sexuais.
“Dear wife:
Não a conheço mas sei que provavelmente o seu marido a engana com uma prostituta. Sei porque sou uma delas e clientes não me faltam. Vai dizer que o seu marido não seria capaz de o fazer. Ele não! Os outros maridos talvez o façam, mas a vossa relação e vida sexual são diferentes. Há dez anos, quando foram para a universidade, fizeram um trio com o seu companheiro de quarto. Todos os anos contratam uma ama e fogem para Las Vegas. Nunca se perdem nas maratonas de “Lei e Ordem”. O seu casamento é excelente!
Deixe-me fazer-lhe uma pergunta: Quando foi a última fez que fizeram sexo três vezes numa semana? Quando foi a última vez que o seu marido se queixou disso? Não acha que talvez seja possível que tenha decidido solucionar esse problema sem a sua ajuda e por isso veio ter comigo?
A boa noticia é que se o seu marido é meu cliente, então significa que quer continuar casado consigo. Está à procura de um pouco de carinho falso da maneira menos problemática possível. Imagine que em vez de mim, fosse com a ama, a sua vizinha ou a sua melhor amiga. Podia continuar, mas penso que já percebeu a ideia.
Sou uma profissional. Sou discreta, ainda que haja algo mais valioso do que a minha discrição: o meu tempo, a minha atenção e a minha sexualidade medem-se por horas, ou seja, quando o tempo termina, ele é todo seu. E o mais importante: não amo o seu marido e não, nunca o amarei. Não acho que o meu afecto por ele seja maior do que aquele que sinto pelo meu empregado de mesa favorito.
Nunca serei uma ameaça para o seu casamento porque quando termina o tempo, não quero ter nada a ver com vocês.
Nunca irei jantar com ele, nem ligar-vos a meio da noite ou sugerir que se divorciem. Nem vai dar pela minha existência. E se der, será por causa dele: ou é estúpido ou está chateado consigo.
Sim, às vezes alguns clientes apaixonam-se, mas é superficial porque sabem que o que fazemos é falso. Não acredita que o seu canalizador adore casas-de-banho, pois não?
Os homens sabem que o carinho que lhes dou depende do dinheiro que eles me dão. Ele não pensa contar-lhe sobre mim, sair a correr, chegar ao hotel onde estou e gemer com ternura o meu nome falso. Estou fora dessa vida. Sou uma empregada. Porque mais que se sinta sexualmente atraído, nunca vai arriscar a sentir algo por mim.
Se por alguma razão as coisas “se complicarem”, lembre-se do meu plano infalível: sou cara.
Na minha experiência, os homens – geralmente – não gastam mais do que aquilo que têm em sexo. Se o seu marido precisa do serviço a cada duas semanas e tem mil dólares livres para gastar, então vai procurar alguém que cobre menos do que eu. Ainda que ele queira mais, não acredito que possa pagá-lo. Tem que ser muito insensato para cometer o tipo de loucuras que terminam em: “Amor, tenho uma coisa para te contar”.
Se acha que sente algo por mim, de certeza que se vai esquecer disso em duas semanas como qualquer outro capricho. Se utiliza o dinheiro da reforma para comprar o meu tempo, então espero que lhe peça o divórcio porque esse homem não sabe administrar o dinheiro.
E sobre as doenças? Contrariamente ao que vê nos filmes, é possível que a maioria das prostitutas de hoje em dia sejam mais saudáveis e conscientes que a secretária carinhosa. Lembra-se do que lhe disse sobre o pouco afecto que sinto por ele? Também incluiu o seu perfil epidemiológico. Também não tem que se preocupar com gravidezes. A probabilidade de ficar grávida com o trabalho é de 0% com um desvio padrão de “É brincadeira, não é?”.
Entendo que ainda assim não queira que ele durma comigo. Volto a perguntar: Quando foi a última vez que fizeram sexo três vezes numa semana?
Não digo que a sua obrigação seja satisfazê-lo. O que quero dizer é que talvez já não queria ter sexo com ele tão frequentemente. Está ocupada, stressada ou simplesmente já não a excita tanto. Entendo, a mim também não me excita.
É esse o ponto. Sou o ingrediente secreto de um grande número de casamentos bem-sucedidos, porque quando me pede ajuda, os dois têm a quantidade de sexo que querem. Desde que deixe o seu telemóvel em paz, podem chegar ao 50.º aniversário, sempre e quando não espreite o seu telemóvel. You’re welcome”.
A carta foi publicada pela revista Vice.