Segundo o CM, um mês antes de sofrer o acidente mortal, em junho de 2011, em Estarreja, o cantor Angélico Vieira gravou um vídeo enquanto conduzia a 210 km/hora numa autoestrada de Lisboa. Estava ao volante de um Ferrari descapotável só com a mão esquerda e gravava a viagem com o telemóvel na mão direita. Chegou a tirar as duas mãos do volante. A defesa do stand Impocar – de onde saiu o BMW 635 ao volante do qual o cantor morreu – quer juntar este vídeo à ação cível que decorre em Aveiro e em que é exigida uma indemnização de 236 mil euros. O processo foi intentado pelos pais de Hélio Filipe – a outra vítima mortal do acidente – contra o stand, a mãe do cantor e o Fundo de Garantia Automóvel. “O vídeo prova o comportamento que o Angélico tinha à data do acidente. Gostava de desafiar a vida”, disse o advogado do stand, João Magalhães. O vídeo foi gravado no dia 24 de maio de 2011, às 19h53. Angélico surge nas imagens a ultrapassar alguns carros enquanto desafia a velocidade. “Quero saber como acederam ao filme, estava entre as coisas pessoais do meu filho. No dia do acidente, os telemóveis e o iPad dele desapareceram. Foram devolvidos meses depois por um funcionário do stand, mas tinha já sido tudo apagado”, disse Filomena Vieira, mãe do cantor. Para o advogado de Filomena, Nuno Areias, o vídeo não pode ser aceite como prova: “A forma como este vídeo foi obtido pode consubstanciar a prática de um crime. Também não tem relevância para o processo.” Está difícil acabar a novela à volta da morte do cantor…