Quatro vitórias consecutivas na liga inglesa (a última frente ao eterno rival Arsenal), 12 jogos sem perder e um terceiro lugar na classificação que demonstra bem o excelente trabalho que André Villas-Boas está a realizar no Tottenham. Mas o treinador português ainda não me convenceu e explico porquê…
No FC Porto arrasou tudo e todos, mas com um plantel que já vinha formado do ano anterior, ou seja, não foi preciso uma revolução de entradas e saídas de jogadores. No Chelsea, o treinador português teve o seu primeiro teste naquilo que acho que ainda lhe falta: formar um plantel. Optou por renovar a equipa da pior forma possível, entrando em rota de colisão com os históricos. Os jovens devem jogar, não porque são novos, mas porque merecem, e não foi isso que aconteceu nos blues. Logo no início, Villas-Boas deu muitos minutos de jogo a Oriol Romeu em detrimento de Lampard, e o espanhol nunca justificou tamanha aposta. Ashley Cole e Drogba também viveram tempos difíceis com o português no banco do Chelsea. E todos sabemos como acabou a história: Villas-Boas foi despedido, os históricos voltaram a ser presença assídua no onze inicial e os londrinos conquistaram a Champions. Com muita sorte à mistura, mas o futebol é assim mesmo.
Falemos do presente. Há meia dúzia de anos, o Tottenham andava pelo meio da tabela. Vivia uma crise profunda de resultados e não fazia sombra aos principais rivais. A chegada de Harry Redknapp ao clube foi o ponto de viragem. O inglês foi construindo plantéis cada vez mais fortes, apostando em jogadores formados no clube ou que pouca gente conhecia e indo buscar outros mais experientes a outros clubes. Nas duas últimas épocas, os londrinos de White Hart Line acabaram o campeonato no quarto lugar e na temporada passada só não se qualificaram para a Liga dos Campeões, porque o Chelsea foi campeão europeu.
Concluindo, é um facto que Villas-Boas tem feito um bom trabalho, mas terá que ficar nos três primeiros lugares da liga inglesa para fazer melhor que Redknapp, além de que este plantel ainda é quase na totalidade da responsabilidade do experiente treinador inglês. Ou seja, mais uma vez, Villas-Boas não teve que formar um plantel. E foi Redknapp que fez de Bale o jogador que ele é hoje.
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