As pessoas têm uma memória tão curta como a perna do anão. E os benfiquistas ainda mais. Só assim se explica como ainda hoje haja quem assobie e critique Oscar Cardozo. Desde que chegou à Luz, que o paraguaio é uma máquina goleadora e, só não o foi tanto, quando teve como treinador Quique Flores, que não percebe muito de bola. Com Jorge Jesus, o potencial do avançado veio todo ao de cima. Ele marca em força e em jeito, dentro da área e fora dela, de cabeça e até com o pé direito, de livre ou de penalti. Mas mesmo assim, quando as coisas não lhe saem bem, é assobiado. Porque é lento. Porque alheia-se do jogo durante largos minutos. Porque é desengonçado. Tudo serve de pretexto. E ele continua por cá, para felicidade dos benfiquistas. Frente ao Bordéus, precisou de 25 minutos para marcar mais dois golos. Um dia que ele troque o Benfica por outro clube qualquer, o que virá a seguir terá que se esforçar muito para superar os números do avançado paraguaio. Cardozo vai fazer 30 anos em Maio e a velocidade, que é o que se perde com o passar da idade, ele não a tem, por isso, as qualidades que fazem dele um goleador continuarão a existir, provavelmente, até ele decidir pendurar as botas. Se mandasse no Benfica arranjava forma de ele acabar a carreira ao serviço do clube. Não há melhor do que Cardozo nos últimos anos na Luz. Basta ter memória.
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