Metro de Lisboa: Campolide e Campo de Ourique são “prioridades”

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, afirmou esta terça-feira, na assembleia municipal, que a próxima expansão da linha do metro deve ser efetuada dentro do concelho, opinião já defendida pelo primeiro-ministro, António Costa.

 

“O que o primeiro-ministro veio dizer é que, em muitos e muitos anos, vai haver investimento em linhas do metro de Lisboa”, afirmou Fernando Medina em resposta ao deputado municipal do PSD Luís Newton, que recordou declarações do chefe do Governo.

 

Aquando da inauguração da estação de metro da Reboleira, em meados de abril, António Costa (PS) afirmou que o próximo passo da expansão da linha deverá ser a ligação entre o Cais do Sodré e o Rato, unindo a linha verde e a amarela.

 

“O primeiro-ministro refere que a expansão do metro deve concentrar-se agora dentro do concelho de Lisboa, e ele tem razão”, apontou o presidente do município, também ele socialista.

 

Intervindo durante um debate sobre transportes, Medina considerou que no passado, “e aqui fruto de responsabilidade de Governos do Partido Socialista, foi dada prioridade à expansão do metro fora do município de Lisboa, não cuidando da consolidação e da expansão do metro dentro do município de Lisboa”.

 

Na opinião do autarca, o encontro da linha amarela com a linha verde “vai permitir criar uma circular no metro” que vai servir “uma zona muito importante da região de Lisboa”.

 

“Será este anel, que no fundo será unificado numa só linha, que vai funcionar como grande elemento distribuidor de pessoas que, chegando por vários meios, vão poder usar este meio rápido para se distribuir”, advogou.

 

Falando diretamente para Luís Newton, também presidente da Junta de Freguesia da Estrela, Medina recusou que “a expansão do metro se deve ficar por aqui”.

 

“Servirmos as áreas quer de Campolide, quer de Campo de Ourique, e depois a extensão do metro à zona ocidental da cidade são obviamente prioridades que devem ser prosseguidas e que não devem ser abandonadas pelo município de Lisboa”, vincou.

 

Discursando no início do debate sobre transportes públicos promovido pela Assembleia Municipal, o presidente do município referiu que a nível de financiamento, “o facto de serem as entidades municipais financiadoras do que é o serviço local é uma vantagem de autonomia e que dá poder de decisão “.

 

“O pior que eu creio que nos poderia acontecer era querermos tentar desviar o modelo e que no fim andássemos todos a mendigar à porta da administração central, na dependência do humor de cada ministro em cada momento no tempo, em cada ano a que estivéssemos a isso sujeitos”, advogou.

 

Para o chefe do executivo municipal, a “solução virtuosa” para os transportes passa pelos “município assumirem as suas competências enquanto autoridade de transportes, mas desde o início tornarem claro que há um amplo quadro de partilha de responsabilidades através da área metropolitana sob o qual todas as operações se devem desenvolver”.

 

“A melhor forma de nós assegurarmos o sistema de transportes é haver uma consignação de receitas”, vincou.

 

Medina defendeu também que ficar na “dependência anual de qualquer Orçamento do Estado” será “um erro para a construção da arquitetura do sistema de transportes”, considerando que a atual lei “protege os municípios”.

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