Quando a imprensa mata


Thierry Costa, de 38 anos, suicidou-se. Na carta de despedida que deixou, acusa a imprensa de o ter perseguido. Estou a falar do médico da versão francesa do Survivor, programa no qual morreu recentemente um concorrente, vitima de paragem cardíaca. “O meu nome foi enunciado publicamente nos últimos dias. Acusações e suposições injustas sucederam-se contra mim. Sempre procurei, durante toda a minha vida profissional, trabalhar com respeito e amor para com os meus pacientes, cumprindo estritamente o juramento de Hipócrates. Tenho a impressão de que os meus esforços e trabalho foram reduzidos a nada, vítima de calúnias e mentiras publicadas pela imprensa”, escreveu Thierry Costa na referida carta. Este caso fez-me recordar um outro semelhante, passado em Inglaterra, no qual envolveu uma enfermeira que foi alvo de uma partida telefónica  de dois locutores de uma rádio australiana que se fizeram passar pela rainha Isabel II e pelo príncipe Carlos. Jacintha Saldanha, de 46 anos, não aguentou a pressão de que estava a ser alvo e enforcou-se. Visto de fora, as decisões de ambos em colocar termo à vida parecem exageradas, mas só eles saberão a tormenta pela qual estavam a passar. Seja como for, a imprensa por vezes esquece-se do impacto que tem na vida das pessoas e é preciso traçar um limite. Não se pode levar alguém a achar que a melhor solução é o suicídio.  

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