Sábado. Três da manhã. Casa cheia no Viking quando Mónica aparece em cima do palco. Roupa reduzida a cobrir um corpo magro e tonificado. Ela passa a ser o centro de todas as atenções. É sempre assim no Viking, quando chega o momento da actuação da Mónica, que tem a missão de fazer esquecer a histórica Fabiana. Começa a dançar, agarrada ao varão que todas as noites a ajuda a fazer a sua arte. Na primeira fila estão homens desejosos que ela os escolha para subirem ao palco e ficar à mercê dela. O segurança tenta mantê-los no seu lugar, enquanto Mónica deixa-se levar pela música e pelos seus movimentos. A roupa começa a desaparecer e chegou o momento tão esperado da noite. No meio da plateia, um pouco atrás do grupo de excitados que anseia subir ao palco, está um tipo ao lado da namorada. Ela aponta para ele, para que Mónica o escolha. E Mónica aceita a sugestão. Ele faz-se de desentendido, mas não há volta a dar. Ele acaba mesmo por subir ao palco. Mónica dança em seu redor, estica o rabo (que tem um fio dental mínimo) na sua direcção e pede que lhe dê umas valentes palmadas, mas ele não dá, ao mesmo tempo que olha para trás à procura de contacto visual com a namorada, como que a pedir autorização, pareceu-me na altura. E deve tê-la recebido, porque de seguida lá fez a vontade a toda a gente e a sua mão bateu com força nas nádegas de uma Mónica que fazia cara de quem estivesse a levar festinhas e não palmadas (que certamente deixaram marca). Entretanto, ele segreda-lhe algo ao ouvido e Mónica desce o palco para ir buscar a namorada. Agora, estão os três no palco, com ele a ver Mónica a roçar-se na namorada. De seguida, Mónica volta a ele, tira-lhe a t-shirt e o cinto, manda-o esticar o rabo e dá-lhe com o cinto. Duas vezes. Só de ver, doeu-me. Depois, deita-o no chão e atira-se literalmente para cima da zona mais importante do corpo de um homem. Mais uma vez, só de ver doeu-me. Para acabar, senta-se duas vezes em cima da cara dele, mas agora, já nua. Isto tudo perante o olhar da namorada, que apenas se ri. No fim, o casal sai do palco, isto depois de cada um receber dois beijinhos da simpática Mónica. E dei por mim a pensar como as relações são tão diferentes umas das outras. Há homens que vão a clubes de strip sem informar as mulheres/namoradas. Há homens que omitem a presença de strippers em despedidas de solteiro, para não arranjarem problemas com as respectivas. Há homens que certamente nunca subiriam ao palco do Viking só com receio que alguém os reconhecesse e fosse contar o sucedido à namorada/mulher. E ali, naquela noite, foi ela que fez com que Mónica o escolhesse. Se esta relação é mais saudável e feliz que todas outras? Não sei. Mas calculo que seja mais descontraída e divertida. E isso é meio caminho andado para que tudo corra bem.